Distúrbio do sono é um termo genérico utilizado para caracterizar um conjunto de doenças e condições capazes de afetar o sono, impedindo o paciente de dormir ou tornando o sono insuficiente. A seguir, abordaremos três das principais condições desenvolvidas pelo distúrbio do sono.
Insônia:
A insônia é um distúrbio persistente que afeta diretamente o sono do paciente, criando dificuldade para adormecer ou para permanecer dormindo. A falta desse sono pode prejudicar a qualidade de vida, acarretando consequências que podem ser percebidas no corpo ou no dia a dia.
A pessoa que sofre com insônia tende a se sentir mais cansada, menos produtiva e, principalmente, sofre com alterações de humor.
As principais causas dessa condição são: depressão, ansiedade, estresse, maus hábitos de sono, mudanças de ambiente ou trabalho, exageros em cafeína e álcool, comer muito tarde, medicações e condições médicas como hipertensão.
É importante ficar atento aos sinais para identificar o distúrbio do sono, como: dificuldade para adormecer à noite, despertar durante a noite, despertar muito cedo, não se sentir descansado após uma noite de sono, dificuldade para prestar atenção ou se concentrar em tarefas comuns do cotidiano, dores de cabeça localizadas e problemas gastrointestinais.
O tratamento inicial consiste em identificar a causa da insônia para, a partir dessa identificação, tratar a causa com mudanças de hábito e medicação específica para a condição. Segundo dados da Associação Brasileira do Sono (ABS), a insônia afeta mais de 70% dos brasileiros.
Seus sintomas podem ser facilmente percebidos e, se não forem tratados, as consequências desse distúrbio afetarão diretamente a vida cotidiana. Procurar tratamento é importante para que os indicativos dessa condição clínica possam ser tratados, garantindo, assim, uma boa qualidade de vida.
Apneia do sono:
A apneia do sono é a parada súbita da respiração ou uma respiração superficial durante o sono, resultando em menor oxigenação no sangue, ronco e um sono pouco relaxante.
A apneia atinge pacientes de meia-idade e obesos, podendo causar ou agravar doenças cardiovasculares como hipertensão arterial sistêmica, AVC, arritmias, infartos e insuficiência cardíaca.
Os sintomas da Apneia do Sono incluem: ronco, falta de disposição e sonolência durante o dia, sono agitado, dor de cabeça, perturbação da memória, da atenção e da concentração, hipertensão, arritmias cardíacas e principalmente inúmeros despertares dos quais a pessoa pode se lembrar ou não.
O diagnóstico desse distúrbio é feito por meio de uma avaliação médica com um profissional especializado e com a polissonografia, exame que mapeia o comportamento durante o sono.
O tratamento para a Apneia do Sono é multidisciplinar; o paciente precisa combater os sintomas da obstrução nasal e do refluxo gastroesofágico, perder peso, dormir de lado, evitar o uso de bebidas alcoólicas, calmantes, relaxantes musculares e cigarro algumas horas antes de dormir.
Bruxismo:
O bruxismo é um distúrbio caracterizado pelo ranger ou apertar dos dentes durante o sono.
Essa pressão pode causar desgaste e amolecimento dos dentes e, em casos mais graves, gerar problemas ósseos, na gengiva e na articulação da mandíbula (ATM), lesões na raiz dentária (canal) e cefaleia crônica.
O Bruxismo pode ser desenvolvido devido a fatores genéticos, estresse, ansiedade, tensão ou a problemas de oclusão (fechamento inadequado da boca). Os principais sintomas do bruxismo incluem dores de cabeça, dor e zumbido no ouvido, dor no pescoço, na mandíbula e nos músculos da face devido ao esforço realizado nos músculos durante a mastigação e estalos ao abrir e fechar a boca.
O diagnóstico dessa disfunção é feito por meio de avaliação clínica e exame de acompanhamento do sono.
Ainda não existe um tratamento eficaz para o bruxismo; o paciente trata os sintomas do estresse e ansiedade com ansiolíticos indicados por um profissional para ajudar a diminuir os sintomas que levam ao Bruxismo. Outra forma de tratamento é o uso de placas interoclusais flexíveis de silicone ou as placas rígidas de acrílico, que ajudam a limitar os movimentos dos músculos mastigatórios e diminuir o atrito que provoca o desgaste e abalo dos dentes.
Síndrome das Pernas Inquietas:
A síndrome das Pernas Inquietas é uma condição neurológica em que se sente uma necessidade descontrolada de agitação motora involuntária dos membros inferiores e, em casos mais graves, dos braços. Pacientes que sofrem desse distúrbio tendem a ter dificuldades para adormecer, despertam mais vezes ao longo da noite e tendem a dormir menos horas do que o necessário, sofrendo de sonolência excessiva diurna.
A causa desse distúrbio ainda não é conhecida, mas pode estar associada à falta de ferro, diabetes, falência renal, gravidez, medicamentos e hábitos inadequados.
O tratamento dessa condição é feito através do acompanhamento médico, junto a medicação adequada, podendo indicar um conjunto de abordagem não medicamentosa tais como compressão pneumática, espectroscopia de infravermelho próximo e estimulação magnética transcraniana repetitiva.